quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Uma reflexão sobre as Eleições 2014

Em tempos de campanha, os candidatos fazem de tudo para conquistar os eleitores. Os votantes por sua vez, ao invés de estarem atentos às propostas dos aspirantes ao governo, preferem não se envolver.  

É tempo de campanha eleitoral e, como sempre, somos assediados por candidatos por todos os lados. Alguns distribuem panfletos com apenas o número e o nome. Outros elaboram propostas, enchem a cidade de cavaletes com o intuito de serem vistos. Mesmo depois de tantos protestos e manifestações desde o ano passado, a maioria das pessoas não demonstram motivação em conhecer os candidatos. Nem mesmo acompanham  as propostas, ou se importam com a política e os reflexos dela no dia-a-dia de cada um.


Nem os próprios candidatos parecem levar a política à sério: nota-se falta de empenho em elaborar propostas, repetição de ideias e pouca convicção em seus discursos. Na minha opinião, deveriam ser cobrados alguns pré-requisitos para a candidatura ao governo. Como, por exemplo, possuir conhecimentos em Ciência Política, ter lido Rousseau, Maquiavel, Karl Marx, Adam Smith, ou pelo menos os teóricos que compartilham dos ideais do partido escolhido pelo candidato. 

Os futuros parlamentares deviam ter conhecimento de Administração Pública, Financeira e Orçamentária, para ter noção de como os gastos são feitos dentro do governo. Além de ter noção de ética e boa conduta, requisitos escassos entre os políticos brasileiros. Os candidatos devem saber distinguir o que é competência do governo federal, estadual e municipal, pois fazem promessas que são de responsabilidade de outras esferas governamentais. 

Seria interessante que houvessem pessoas ousadas, que trouxessem ideias que não foram citadas até agora. Queria ouvir de um candidato o apoio à uma Reforma Política, em que se aumentariam os dias de votação na Câmara e no Senado, por exemplo. Afinal a aprovação de projetos de lei se arrastam por anos e muitos deles não são aplicados na sociedade. Gostaria de ouvir alguém falar em Reforma Tributária, pois pagamos muito caro nos produtos que compramos e existe o tal "imposto sobre imposto" nas mercadorias. 

Até o momento, os candidatos não abordam o tema de implantação de um sistema ferroviário no Brasil. Posso destacar o trem bala, comum na Europa, que permite viagem entre países próximos. Também veículo leve sobre trilhos que ajuda na locomoção de muitos passageiros e diminui o números de carros nas ruas. Essas medidas podem diminuir os vários acidentes de trânsito nas rodovias e cidades brasileiras. 

Precisamos de mobilidade urbana com urgência, as grandes metrópoles brasileiras estão paradas com tantos congestionamentos e o rodízio de carros é pouco eficiente. É necessário aumentar as ciclovias, estações de metrô e o número de ônibus.


Outro ponto importante é a Reforma no sistema educacional, na qual os alunos deveriam ser mais cobrados e professores mais valorizados - e, porque não, copiar os exemplos de fora, ou mesmo copiar as melhores escolas do Brasil. Levar profissionalização para menores infratores para que retornem à sociedade com novas perspectivas e não serem vítimas da escola do crime. 

São tantos temas não abordados, tantos políticos despreparados e uma sociedade que nem parece se importar, apenas reclamar... Nenhum dos dois lados têm levado a política à sério. Ao receber um panfleto de um candidato, muitos já fazem cara feia. Talvez seja uma pessoa nova, com boas ideias, com desejo de mudança, mas a pessoa não quer saber: acaba rotulando como "é mais um que vai roubar". 

São muitos aspectos  que necessitam de mudanças, mas a maior transformação só ocorrerá quando a mentalidade de eleitores e políticos evoluírem...


Texto publicado em: mari-alvarenga.blogspot.com

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