Conheça Solange Calmon, candidata a Deputada Distrital pelo Pc do B
Por Lucas Lyra
Da Reportagem DF
Da Reportagem DF
Solange Calmon, do Partido Comunista do Brasil (Pc do B) é carioca, se formou em jornalismo, e veio para Brasília junto a seu marido, Célio Calmon, para servir ao Senado Federal. Quando surgiu a possibilidade, Solange se transferiu para a embrionária TV Senado em 1995, aonde continua trabalhando até hoje. Em 2004, idealizou o programa Inclusão, que veiculado uma vez por mês, aborda temas de cunho social e iniciativas que buscam o bem estar comum e direitos humanos. Tocada pela experiência de ajudar minorias desfavorecidas com o programa, Solange almeja ampliar seu raio de atuação, para ser a voz das minorias na Câmara Legislativa e levar suas experiências de cunho social aos quatro cantos do DF.
Brasil Notícia: De onde veio sua ligação com ações sociais ?
Solange: Acho que toda minha historia de infância me levou a isso. Nasci no subúrbio do RJ, então eu presenciava muitas cenas ali do dia a dia daquele local. Eu me vi com 8 anos ajudando famílias. Meu amor pelos cegos começou nessa época, que eu ajudava a dona Helena, uma velhinha que todo dia eu ajudava a atravessar a rua de manhã, e na volta todo dia as 5 da tarde ela voltava e eu ajudava ela de novo.
Outro caso foi uma vizinha minha que foi atropelada com a filha perto de casa. Eu imediatamente joguei minha mochila no chão e fui puxando as duas ensangüentadas. Vinha carros e ônibus na rua, todos desviando de nós. E eu tirando elas. Depois que elas saíram no hospital, passado alguns dias, a vila onde ela morava fez uma festa pra mim, uma criança. Eu acho que eu já nasci com esse lado mesmo, sinceramente. Desde então sempre realizei ações sociais.
Brasil Notícia: Quando você decidiu seguir na política? Porquê?
Solange: Foi o programa inclusão. Eu vi que de fato ele promove ajuda para as pessoas. Não é um programa denuncista, mas é um programa que desnuda uma realidade que as pessoas não querem ver, não querem enxergar. Ninguém quer saber da doença rara do vizinho, que as pessoas tem preconceito, enfim. Então foi de fato a partir do programa inclusão que eu achei que poderia fazer na prática o que lá eu faço de uma forma mais pontual. Eu gostaria muito de poder trabalhar questões sociais de uma forma mais ampla, de maneira a ajudar muito mais pessoas que precisam.
Brasil Notícia: Qual seu diagnóstico sobre os problemas atuais de Brasília?
Solange: Brasília cresceu muito, quando ela foi idealizada não era pra vir tanta gente assim, ela foi mal planejada no sentido da acessibilidade, não é uma cidade acessível. Eu acho que falta a questão da sensibilidade para com os deficientes ou grupos minoritários. Então acho que a população de fato aumentou, e problemas como o dos transportes, de acessibilidade, pioraram bastante também.
Brasil Notícia: Qual será a maior luta do seu mandato, caso eleita?
Solange: Deveriam ter mais escolas pra pessoas com deficiência. Está todo mundo falando de educação, dos candidatos a presidência aos mais humildes candidatos a distrital, todos falam em educação. Mas falam de educação inclusiva? Falam em dar uma condição profissional pra uma pessoa, por exemplo, cega, cadeirante, surdo..
Então eu idealizei a principal parte da minha bandeira. É a questão da educação para pessoas com deficiência, mas a educação profissional. Por exemplo, o projeto da atual presidenta, é criar novas escolas técnicas, porque existia uma barreira, um impedimento né? E a partir do governo Lula ela foi derrubada, e as escolas começaram a ser criadas no Brasil. Eu sinceramente acho que esse é o caminho para o desenvolvimento do pais e para a geração de emprego.
Se você tem um curso técnico, você tem muita chance no mercado de trabalho. Não adianta formar vários profissionais, advogado, jornalista, o que for, você vai ter uma dificuldade de inserção no mercado de trabalho. De vez em quando a gente vê quantas mil vagas estão abertas para determinados setores enquanto outros com tanta escassez de vagas.
Se esse movimento das escolas técnicas crescer de fato, acho que esse é o caminho, caminho da inclusão, educação, da formação profissional, do mercado de trabalho e também de promover abertura do próprio pais.
Também penso muito em uma escola técnica especial para pessoas com deficiência. Cego vai trabalhar em telemarketing, ou como massagista, é sempre a mesma coisa. Porque não? Ele não pode trabalhar no computador? Não pode ter acesso a informática?